domingo, 18 de dezembro de 2011

Entre mortos e enterrados.

Em menos de dez minutos você se lembra de tudo. Você se lembra o motivo ou os motivos que fizeram tudo se perder. E você se lembra que não é culpado e que, talvez, os outros também não sejam. Assim é a vida. Você se lembra que o grande amor da sua vida, o maior. Aquele que talvez você nunca supere. É o tipo de pessoa que faz questão de ficar a noite inteira longe de você só porque acha charmoso ficar longe de você e não porque queira ficar longe de você. Ele prefere ser descolado do que humano. E você lembra daquela sensação que sentia longe dele. De solidão profunda as vezes. E você percebe que a vida dele, que você tanto colocou no pedestal, pode ser um pouco boba ou até mesmo triste. Com coisas sem amor, filmes onde cunhadas se comem e amigos que ligam na madrugada achando que beber pode ser uma opção legal. Cara, que vazio. Em minutos você entende como ninguém o que te trouxe até aqui, tão longe dele. Me senti visitando meu próprio cemitério. Com amigos e amores mortos e enterrados. Pessoas que a gente desenterra de vez em quando pra ter certeza que fizemos a melhor escolha enterrando elas. Pessoas que a gente lamenta a distância, afinal, ja foram tão importantes e.. será que não dá pra começar tudo de novo e tentar acertar dessa vez? Pessoas que a gente tenta se agarrar para não sentir que a vida caminha pra frente e isso significa, ainda que muito filosoficamente, que um dia vamos morrer. Nosso amigos ficando pra trás, nosso amor, nossos empregos, casas.. Um dia seremos nós até desaparecer. Mas a lição que eu aprendi é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu tentei consertar meu relacionamento com algumas pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades. Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado.

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