domingo, 16 de outubro de 2011

Uma breve apresentação da minha pessoa para o ano que vai chegar.

Eu tenho medo bobo e coragens absurdas. Eu vivo cercada de pessoas por fora da minha bolha egocêntrica, infantil e sensível.
Eu preciso de sal e açúcar para não virar os olhos de pressão baixa e hipoglicemia, já tive ptíriase aliquenóide crônica e tenho prolapso de válvula mitral.
Eu quase nunca sei se uma palavra começa com e ou com i. Escrevo por três motivos simples: preciso aparecer e não sou bonita o suficiente, preciso matar o tempo e preciso não morrer.
Sou fútil, entro em pânico pela moda, mas meto um chinelinho pra parecer desencanada. Sou romântica, entro em pânico por não ser amada, mas quando sou fico nervosa. Vai entender.
Eu vivo à espera daquele momento, mas não sei que porra de momento é esse.
Às vezes sinto cheiros e morro de saudades de coisas que já não me lembro mais.
Eu me orgulho de todas as minhas lembranças ingênuas, mas tenho consciência de que foi a minha fragilidade cansada que me transformou numa pessoa irônica.
Eu tenho uma risada escandalosa que me envergonha e uma mania ridícula de imitar a Madonna. Às vezes eu só queria estar deitada com meu diário, olhando as estrelas. Só.
Passo metade do dia odiando todo mundo e querendo ser sugada pela minha própria insignificância. A outra metade passo rindo do quanto sou dramática e exagerada.
Eu sei de cor tudo o que tenho que fazer para dar certo, mas tenho medo da responsabilidade de ser notada.
Adoro o toque do telefone que quebra o barulho do abandono, a força leve da caneta no papel que pode transformar tantas coisas e o som do carro chegando na chuva para me salvar. Eu adoro ouvir música bem alta, do som da agulha no disco e do resto do Sol que entra pela janela me trazendo calmaria por pertencer a algo e faniquito por não pertencer a tudo. Mas eu tenho apenas 96% da audição.
Ás vezes, eu gosto apenas da folha em branco, do silêncio, da noite e da janela fechada, de preferencia todos juntos.
Adoro o som de crianças num parquinho, adoro o colorido do arco-iris.
Acho tudo que se refere ao amor extremamente brega. Acho tudo o que não se refere ao amor extremamente infeliz.
Não sou lésbica mas adoro as mulheres, seus cheiros, cabelos, cinturas e mil faces pra disfarçar o obvio.
Tenho crises de pânico mas nunca tomei remédio nenhum, acho normal que às vezes o ar se despeça do meu mundinho fechado e me faça vagar pela falta de pressão do universo. Minha mão fica tão gelada e meu coração tão quente que eu pareço um petit-gateau.
Tenho medo de vomitar e não parar nunca mais de vomitar. De bater a cabeça desmaiada na pia e morrer solitariamente, entregando ao mundo por impotência minhas vísceras magoadas e sujas.
Eu tenho vontade de pisar na grama cheia de insetos que pinicam, de corroer minhas neuroses no ácido do meu fígado, de dormir melada de amor. Mas sou mais viciada em banhos do que qualquer outra coisa.
Adoro o papo furado de 'à luz de velas', adoro a ansiedade e ilusão de princesa. Mas também adoro um DVD de pijamão com minha gatinha e todas minhas guloseimas no armário da cozinha.
Eu corria atras o tempo todo, mas acabava dando de cara com minha bunda e odiava minha bunda. Agora amo minha bunda.
A maior alegria pra mim é colocar a música ''this fire'' do Franz Ferdinand e berrar, até porque depois de berrar eu fico rouca e amo voz rouca.
A última vez que fui meiga falei: não ta vendo que sou meiga, porra!
É isso, não vou falar do Barack, não vou falar da Dilma, não vou falar do beijo de sangue do filme Os sonhadores. Não vou falar de nada que não seja meu umbigo. Sou essa mala monotemática mesmo, chata, obsessiva, mas que ama muito mais do que odeia, apesar de odiar isso.
Feliz tudo pra todos vocês.

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